sexta-feira, 19 de junho de 2009

Alisador proibido na mira da lei

Polícia Civil abre investigação para identificar salões que usam produto tóxico. Quem for flagrado pode ser preso

Rio - Inquérito para apurar o uso do glutaral como alisador de cabelo nos salões de beleza do Rio foi aberto ontem pelo delegado Fábio Cardoso, da Delegacia de Crimes Contra Saúde Pública. Quem for flagrado adicionando a substância a produtos capilares será preso sem direito a fiança, segundo ele. Como O DIA mostrou, o glutaral é 10 vezes mais tóxico que o formol, pode causar desde coceira no couro cabeludo até câncer e, em alguns casos, levar à morte. Apesar disso, vem sendo usado nas escovas progressivas, já que o formol foi proibido por lei.

Segundo o delegado, sua equipe trabalha para identificar cabeleireiros que utilizem de modo inadequado glutaral, formol e outras substâncias. “Adulterar cosméticos e remédios é crime hediondo, porque afeta diretamente a saúde das pessoas. É crime inafiançável, e a pena vai de 10 a 15 anos de reclusão”, disse Cardoso, acrescentando que os consumidores finais não serão presos.

Segundo a Anvisa, o glutaral é conservante, e não alisador, e só pode ser usado em cosméticos na concentração máxima de 0,1%. Ele só funciona como alisador, porém, se empregado em maior quantidade, o que é ilegal. A Vigilância Sanitária Municipal, que fiscaliza estabelecimentos comerciais, informou que vai intensificar ações contra formol e glutaral.

O deputado Dionísio Lins (PP), autor da lei que proibiu o formol, apresentou ontem na Alerj projeto de lei que determina criação de cadastro para quem comprar produtos como formol e glutaral. O objetivo, segundo ele, é inibir a compra. O cadastro ficaria nos próprios pontos de venda e, se no momento da fiscalização o dono não apresentá-lo, será multado. Denúncias sobre o uso de substâncias de maneira ilegal podem ser feitas para a Delegacia de Crimes contra a Saúde Pública (2263-9873) ou para a Comissão Antipirataria da Alerj (0800-282-6582).

Anvisa proíbe o comércio de formol

 A Anvisa publicou ontem determinação proibindo o comércio de formol e formoldeído (solução com 37% da substância) em mercados, farmácias, armazéns e lojas de conveniência. Os estabelecimentos têm 180 dias para retirar o produto das prateleiras. Quem desobedecer está sujeito a pagar multa de R$ 2 mil a R$ 1,5 milhão. Em breve, a proibição também poderá se estender ao glutaral, o que está em estudo desde o início do ano.

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