EUA - Os Estados Unidos transferiram na terça-feira pela primeira vez um preso da base de Guantánamo para que seja julgado em um tribunal civil norte-americano, num caso que serve de teste para os planos do presidente Barack Obama para desativar a prisão para suspeitos estrangeiros de terrorismo.
O tanzaniano Ahmed Khalfan Ghailani, preso em Guantánamo desde 2006, declarou-se inocente num tribunal de Manhattan das acusações de conspirar para os atentados de 1998 contra embaixadas norte-americanas na África, que mataram 224 pessoas.
Ele chegou ao tribunal com um macacão azul de presidiário, escoltado por agentes federais, para responder pelas 286 acusações formais, a maioria delas por homicídio, mas também por conspiração com Osama bin Laden e outros membros da Al Qaeda para matar norte-americanos em qualquer lugar do mundo.
Ordenar a desativação da polêmica prisão de Guantánamo, encravada em Cuba, foi um dos primeiros atos de Obama após sua posse, em janeiro. Mas vários parlamentares, inclusive do Partido Democrata, questionam a conveniência de trazer suspeitos de terrorismo para o território continental dos EUA.
A prisão foi aberta no governo de George W. Bush para abrigar suspeitos de terrorismo detidos depois dos atentados de 11 de setembro de 2001, especialmente na guerra do Afeganistão.
Ghailani é acusado de ajudar na compra de um caminhão e de tanques de oxigênio e acetileno que foram usados no atentado contra a embaixada dos EUA na Tanzânia. Semanas antes da explosão, teria também ajudado a carregar o caminhão-bomba.
Numa audiência em 2007 para determinar se ele se enquadrava na categoria de "combatente inimigo", Ghailani confessou e pediu desculpas por ter fornecido equipamentos usados no atentado da Tanzânia, mas afirmou que não sabia que os produtos teriam essa finalidade, segundo transcrições dos militares.
As informações são do Terra