sexta-feira, 17 de julho de 2009

Quarentena para pessoas próximas à paciente

Rio - Pessoas que tiveram contato com a paciente do Rio estão sendo monitoradas. Um parente dela apresentou sintomas leves e passa bem. O secretário Hans Dohmann argumentou que, quando buscou o PAM, a vítima não preencheu os critérios para uso do medicamento Tamiflu. “Tomamos todas as medidas necessárias”, garante.

A confirmação da morte não muda a estratégia adotada no Rio, segundo Dohmann, que disse não temer aumento de procura nos hospitais por conta de casos de gripe. “Essa é uma gripe que em 99,55% dos casos o paciente passa sem complicação, e a letalidade ocorre em cerca de 0,45%, igual à gripe comum. Essa mulher faz parte da minoria que morre sem ser do grupo de risco e que tem o tipo agressivo da gripe”, disse.

Morta não era do grupo de risco

O Rio registrou a primeira morte por gripe suína. Uma mulher de 37 anos morreu segunda-feira de pneumonia depois de passar oito dias internada em um hospital particular da Zona Norte da cidade. Em todo o Brasil, já são 11 óbitos pela doença — 7 no Rio Grande do Sul, 3 em São Paulo e um no Rio. Do total, 7 foram confirmados ontem. O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, anunciou que o vírus já circula no País. Ou seja: não é transmitido apenas a quem viaja ao exterior ou tem contato com quem viajou.

Segundo o secretário municipal de Saúde do Rio, Hans Dohmann, a primeira vítima da doença na cidade não viajou recentemente para outros países, nem teve contato com pessoas que vieram do exterior. A mulher não se encaixa no perfil de risco da doença, pois não tinha fragilidade de saúde pré-existente que pudesse agravar seu estado. Além dela, outras duas das sete pessoas que tiveram as mortes confirmadas ontem também não seriam do grupo de risco.

A paciente procurou um PAM no dia 3, onde foi medicada contra gripe comum e orientada a retornar em caso de piora. Dia 5, já com sintomas de pneumonia, foi para o hospital particular. A confirmação da gripe suína veio dia 10 e ontem foi concluído outro exame.

Segundo Temporão, o histórico de um paciente de São Paulo, que morreu dia 30, foi o que fez subir o alerta em relação ao contágio no Brasil. “O caso confirma que o novo vírus circula em território nacional. Após profunda análise da vida do paciente, não foi possível encontrar qualquer vínculo com alguém que tenha viajado. Essa é a primeira evidência de que o vírus circula no País”, afirmou.

A constatação coloca o Brasil como o oitavo país do mundo a ter transmissão sustentada da doença, além de EUA, México, Canadá, Chile, Argentina, Austrália e Reino Unido — países para onde o ministério desaconselhou brasileiros a viajarem. Além de São Paulo, há evidências de que o vírus também já circula no Rio Grande do Sul, diz Temporão.

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