sexta-feira, 17 de julho de 2009

Ensaio para Marte

Astronautas passam 3 meses confinados em aparelho que simula viagem ao planeta, para testar resistência física e emocional

Rio - Os seis voluntários da simulação de voo ao Planeta Marte, que estavam isolados do mundo exterior há 105 dias, foram “soltos” ontem. Observados diariamente, eles participavam de uma espécie de ‘Big Brother’ com o objetivo de estudar os efeitos no homem do isolamento de longa duração.

A tripulação (quatro russos, um francês e um alemão) saiu do módulo do Instituto de Problemas Biomédicos (IPBM) da Academia de Ciências da Rússia sorridente e aparentemente em boas condições físicas.

O russo Serguei Riazanski, 34 anos, comandante da operação, disse estar “perfeitamente bem”. Iniciada em 31 de março, a experiência foi dividida em três partes: simulação do voo da nave pela órbita terrestre, trajeto a Marte e estadia do aparelho na órbita marciana.

Os seis viveram estes três meses em minúsculos cômodos individuais, de cerca de 3 metros quadrados. Desde que a escotilha foi fechada, suas únicas possibilidades de deixar o módulo eram em caso de doença ou outros fatores que pudessem forçar um voluntário a abandonar a experiência. No entanto, todos conseguiram chegar até o final.

A experiência foi uma prévia do projeto “Marte-500”, que simulará um voo ao Planeta Vermelho com outra tripulação e de início previsto para o final deste ano ou 2010. A próxima etapa consistirá em fechar seis pessoas no módulo durante 520 dias, duração total de uma missão a Marte. Um voo de ida e volta da Terra a Marte, que a Agência Espacial Europeia crê que terá condições de realizar em 2030, levaria 520 dias: 250 para a ida, 30 no local e 240 para a volta.

Entre os efeitos psicológicos e fisiológicos observados durante o período de isolamento no módulo estão o estresse, a regulação hormonal, a imunidade, a qualidade do sono e o humor da tripulação.

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