quinta-feira, 11 de junho de 2009

Baixada mira no livro polêmico

Prefeitura de S. João de Meriti deve ser a próxima a tirar das escolas a obra para crianças que mostra tortura indígena

Rio - Após a Prefeitura do Rio anunciar o recolhimento de livro infantil com cenas de tortura indígena, São João de Meriti poderá ser a próxima cidade a substituir a publicação. Estudantes de escolas do município da Baixada Fluminense também aprenderam a polêmica lição sobre empalamento praticada por tribos tupinambás. O livro didático de História da ‘Coleção Projeto Pitanguá’, da Editora Moderna, contém uma gravura histórica de um ritual de canibalismo. Na cena do francês Theodore de Bry, do século 16, alunos do 4º ano do Ensino Fundamental veem um indígena aprisionado de bruços e uma índia introduzindo no ânus dele uma estaca aguda. Depois de morto, o inimigo é comido pelos tupis.

A denúncia foi feita a O DIA pela estudante de Direito Adriana Brazil, 23 anos, que é mãe de um aluno da Escola Municipal Ignácio Lucas, na Praça da Bandeira, em São João de Meriti. “Meu filho só tem 8 anos e não acho adequado este tipo de gravura em um livro didático. Não é porque o mundo está violento que vou permitir que ele veja cenas de tortura”, criticou. 

A Secretaria de Educação de São João de Meriti informou que segunda-feira fará levantamento para saber se o livro está sendo utilizado. “Se estiver em uso, os exemplares serão recolhidos pelos professores e os pais serão orientados a devolver o título às escolas”, disse o secretário Carlos Correia.

Publicação foi usada na cidade durante três anos

Para evitar que livros com conteúdo impróprio cheguem a estudantes de São João de Meriti, a Subsecretaria de Planejamento Pedagógico do município está analisando o material didático entre as coleções encaminhadas pelo Ministério da Educação, que será utilizado em 2010. A obra polêmica é utilizada há três anos lá.

O MEC defendeu a publicação incluída no Programa Nacional do Livro Didático. O exemplar já foi distribuído a 1.784.391 alunos de escolas públicas em todo o País. Apesar de julgar a gravura adequada para a série, a editora retirou-a da edição para o próximo ano letivo.

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